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Parceria entre Cagece e Uece transformam lodo em biocarvão

Do esgoto ao biocarvão: Cagece e Uece criam tecnologia que transforma resíduo em bioprodutos

26/08/2025

A produção de biocarvão por pirólise teve pedido de patente de invenção registrada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial

 

Do processo de “cozimento” de resíduos através da pirólise, a queima de matéria orgânica,  são recuperados produtos de grande valor:  biocarvão e  bio-óleo. Esses produtos abrem portas para caminhos inovadores, pois esses bio resíduos não são apenas um subproduto, eles possuem uma série de “superpoderes” ambientais que o tornam um aliado na luta contra as mudanças climáticas, geração de energia e benefícios diversos, tais como melhoria da saúde dos solos.

A produção de bio-óleo, bio carvão e gás são exemplos de como a engenhosidade humana pode transformar o lodo em recursos valiosos.
Pensar em formas sustentáveis de tratar o esgoto é um dos objetivos  comuns entre Universidade Estadual do Ceará (Uece) e da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) através da Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.

No último mês a Cageceregistrou o pedido patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), intitulado  “Sistema Reacional para a produção de Biocarvão por processo de pirólise” com propriedade Intelectual compartilhada com a Cagece. É o primeiro pedido de patente submetido ao INPI no âmbito da pirólise do lodo de Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), oriundo do Programa de Mestrado e Doutorado Acadêmico para Inovação (MAI/DAI) CNPq – Uece com a Cagece.

O lodo é um dos grandes problemas operacionais das companhias de saneamento em todo Brasil, pois, devido sua grande geração durante os processos de tratamento do efluente, resíduos gerados por pessoas e indústrias, demandam o condicionamento, transporte e disposição final apropriados.  E desde 2020, Uece e Cagece  desenvolvem uma cooperação técnica mútua para o aprimoramento de tecnologias de aproveitamento energético do lodo proveniente de Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs), coordenado pela professora Mona Lisa Moura e a Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, com Thiago Dantas, do Programa de Inovação em Energias Renováveis da Cagece.

Relevância do registro de patente

“Registrar uma patente de invenção no contexto de tecnologias sustentáveis, conhecidas como patentes verdes, é extremamente importante. Essa proteção não apenas beneficia o inventor, mas também impulsiona o desenvolvimento sustentável em escala global”,explica Thiago Dantas, assistente de inovação da Cagece. Uma patente registrada confere à invenção um valor de mercado. Isso facilita a atração de investidores, a obtenção de financiamentos e a negociação de contratos de licenciamento.

“O projeto passou por vários desafios, desde à otimização do equipamento da pirólise até sua atual operação, tendo como impacto tanto os resultados da pesquisa, a patente, o conhecimento e a contribuição para a sociedade dos recursos humanos formados.” Comenta Cailiny Medeiros, Gerente da Geped.

Além disso, a patente garante ao inventor o direito exclusivo de explorar sua tecnologia por um período determinado. Essa exclusividade é um incentivo para que empresas, pesquisadores e startups invistam tempo e dinheiro em pesquisa e desenvolvimento. Ao assegurar um retorno sobre o investimento, o sistema de patentes encoraja a criação de soluções inovadoras para problemas ambientais urgentes,tais como energias alternativas e gestão de resíduos.