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Cagece leva modelo de saneamento do Ceará para debate global na COP 30

17/11/2025

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) está na capital paraense integrando a delegação do estado na COP 30, o encontro internacional que reúne líderes mundiais, cientistas e a sociedade civil para discutir e definir ações contra as mudanças climáticas. A empresa participa ativamente dos debates, focando nas pautas de saneamento, sustentabilidade e gestão de recursos hídricos no semiárido, buscando alinhar inovações e soluções com as metas de transição energética justa.

Representando a Cagece no evento está Helder Cortez, químico industrial, funcionário da companhia há 43 anos e atual assessor da Presidência. Cortez é um especialista reconhecido em Saneamento Rural, coordenador adjunto da Câmara Técnica de Saneamento Rural da ABES e membro do Grupo de Trabalho de Saneamento Rural da AESBE, tendo consolidado e replicado o modelo de gestão SISAR – Sistema Integrado de Saneamento Rural – em todo o Ceará, além de palestrar sobre o tema para diversos países da América Latina, África e Ásia. Cortez expressou grande satisfação em representar a Cagece em um evento internacional tão importante, destacando sua participação na Cúpula dos Povos, um evento paralelo que dá voz a movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas e camponeses.

Na quarta-feira (12), Cortez fez uma apresentação na Universidade Federal do Pará (UFPA) sobre o modelo de gestão SISAR, levando uma proposta para toda a Amazônia. A Cúpula, diferente da COP, foca em justiça climática e busca influenciar as decisões a partir da perspectiva da sociedade civil.

Com sua vasta experiência, que inclui a implantação do Programa de Saneamento Rural do Ceará através de financiamentos do Banco alemão KFW e do Banco Mundial (Bird), Helder Cortez defende que o modelo SISAR, por ter sucesso no semiárido, pode ser adaptado e replicado na Amazônia.Para fortalecer o papel da Cagece nas discussões, Helder Cortez ressaltou uma agenda rica de eventos, incluindo um jantar de negócios com o banco alemão KFW, primeiro investidor no saneamento rural do Ceará. Além disso, nesta terça-feira, dia 18, ele apresentará o modelo SISAR para a Federação dos Municípios do Pará (FAMEP), oferecendo apoio técnico ao estado que já está desenhando sua própria estratégia de saneamento rural. Segundo Cortez, essa solução, além de tratar a água, contribui para a saúde pública e a preservação ambiental, alinhada ao objetivo nacional de levar saneamento básico a cerca de 90% das residências até 2033.

Durante a COP 30, a Cagece está também na Casa do Saneamento, na sede da Funasa em Belém, para uma reunião com a AESBE, Funasa e bancos alemão e francês. O objetivo é estudar opções e propostas de abastecimento de água e saneamento para os povos indígenas da Amazônia.

Cagece e a Agenda Climática

A participação da Cagece na COP 30 visa destacar a importância da sustentabilidade, a gestão dos recursos hídricos e as inovações em saneamento para a resiliência climática. A empresa tem se engajado em eventos preparatórios e está envolvida na elaboração do Plano Clima, atuando para incluir um plano específico de saneamento dentro do plano climático nacional, um setor que antes não possuía essa abordagem clara.

Outro representante da Cagece no período foi Thiago Dantas, da Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, que também participou da Casa do Saneamento em Belém, em um debate organizado pela AESBE com a pauta “Saneamento e Mudança Climática”. O encontro discutiu os desafios e oportunidades do setor frente às mudanças climáticas, usando como guia o Volume 13 da Série Universalizar – 3ª Edição da AESBE, que reúne diretrizes aos prestadores de serviços para o enfrentamento de eventos adversos.

Os debates na Casa do Saneamento reforçaram a importância da cooperação entre estados, municípios e empresas do setor, discutindo estratégias de resiliência climática e o foco na atuação descentralizada para a construção de soluções sustentáveis para o abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Nesta segunda 17, houve ainda uma reunião bilateral entre a Cagece e o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (FONPLATA),Banco de desenvolvimento formado por cinco países: Argentina, Bolivia, Brasil, Paraguay e Uruguay, onde esteve a vice-presidente do FONPLATA e a coordenadora do Banco. A Cagece apresentou uma série de ações que vem desenvolvendo em inovação, em mudanças climáticas e mitigação climática e adaptação climática, onde a intuito era buscar oportunidades que o banco teria de financiar por assistência técnica, o desenvolvimento e escalonamento desse projeto. A reunião foi atrticulada pela ABA Climate Solution, consultoria em financiamento climático, parceira da Cagece.

O projeto da usina modelo de valorização energética de biogás e lodo foi apresentado, assim como o seu avanço, escala, e nível de maturidade tecnológica que ele está. O Fundo demonstrou interesse em conhecer melhor a tecnologia, em avançar com a tecnologia e possivelmente em outras conversas aprofundar mais essa relação: um possível financiamento para o desenvolvimento do modelo de negócio da usina modelo e posteriormente um futuro escalonamento dessa tecnologia junto a outros órgãos de fomento, outros fundos de fomento como Mitigation Action Facility.

O interesse do banco na tecnologia referendou que o projeto além de atuar no processo de mudança climática reduz custos. “Os projetos foram vistos com bons olhos, inclusive com possibilidade de expansão dessa tecnologia para a América Latina, com outras instituições que eles já trabalham, então eles estão muito empolgados com essa ideia, querem conhecer melhor, querem conhecer, vamos ter uma reunião mais técnica depois e avançar com um possível parceria técnica”, conta Thiago Dantas, diretamente de Belém.

Saiba Mais

Saneamento para Povos Indígenas e Ribeirinhos

A Cagece propõe apresentar e replicar soluções já existentes no Ceará para as comunidades ribeirinhas, focando em:

Modelos de Financiamento: Demonstrar como recursos de repasses governamentais e fundos financeiros podem ser direcionados para projetos em áreas rurais e ribeirinhas.

Gestão Comunitária: Fortalecer o modelo de gestão com associações comunitárias, como a parceria com o SISAR, para garantir a sustentabilidade dos sistemas adaptados à realidade e ao ambiente fluvial, proporcionando acesso a saneamento básico com menor custo e maior sustentabilidade.